Dianna Agron- Nylon 2015
- Julia Oliveira
- 19 de jul. de 2016
- 6 min de leitura
Olá Gleeks! A entrevista da semana será a da nossa amadíssima Dianna Agron para a revista Nylon. A entrevista original foi ao ar no site da Nylon em 29/10/2015. Nossa eterna Quinn fala sobre seu filme, 'Bare', sua jornada em Hollywood e sexualidade.

Dianna Agron sobre sexualidade, Hollywood e seu papel mais corajoso até agora
"Ano que vem eu vou ter 30 anos e não poderia estar mais feliz. Estou muito orgulhosa da mulher que me tornei." Nós adoramos ouvir isso de Dianna Agron, especialmente quando discutimos sobre seu último filme, Bare. É, sem dúvida, seu papel mais corajoso, levando em conta o stripping, sua primeira cena nu e libertação sexual e existencial de uma jovem garota em Nevada. É o deserto, drogas, Paz de la Huerta [atriz] e uma aventura viajada de filme.
No filme dirigido pela estreante Natalia Leite, Agron interpreta
Sarah, uma garota que trabalha no supermercado, ainda mora com os pais e namora caras que ela nem gosta. Quando a viajante Pepper (Huerta) aparece do nada em seu sofá, elas começam uma amizade. As motivações de Pepper são ardilosas e ela é claramente uma má influência, dando drogas à Sarah e, eventualmente, ajuda-a a arranjar um emprego no club de strip local. Mesmo perigosa como Pepper parece ser, Sarah se sente atraída por sua liberdade, tanto emocional quanto sexual. Na medida que Sarah se distancia de seu passado tedioso, ela começa a lidar em como suas decisões afetam seu futuro. Recentemente, falamos com Agron sobre fazer um filme com um risco tão alto em um novo territótio, seu crescimento rebelde e seus pontos de vistas sobre a fluidez da sexualidade.
Esse filme realmente te coloca num novo território como atriz. Você estava pronta para se soltar um pouco? Acho que sempre estive pronta para diferentes papéis e desafios, mas eles vêm em tempos diferentes, alguns você está pronta e outros não. Eu li 'Bare' um ano antes de assinar o contrato. Quando o li pela primeira vez, eu não entrei porque eles me queriam para Sarah. Mesmo assim, eu queria interpretar a Pepper, para lutar contra o visual inocente que eu tendo a ter e usar algumas experiências do passado para complementar o papel. Eu nunca havia falado com a Natalia e continuei assim até um ano depois, quando isso voltou à tona, devido a problemas de agenda com outras atriz, e eu tive uma nova perspectiva. Cheguei à conclusão que interpretar Sarah poderia ser uma homenagem para o tempo que eu também estava em uma encruzilhada, e, mesmo que tenha sido mais de 10 anos atrás, eu poderia acessar essas memórias com a atriz certa na minha frente.
Acho que muitas garotas tem um período de suas vidas o qual elas querem se rebelar. Você já passou por isso? Minha pré-adolescência foi sobre surfar na platéia, ir em shows sozinha, arranjar entrada para os bastidores . No ensino médio, houve as bebidas, fugir de casa, ficar até tarde com os amigos- mas tudo era numa boa diversão, razoalvelmente inocente. Eu era livre e confiante de um jeito bonito. Ai eu me mudei para Los Angeles e, olhando para trás, acho interessante refletir em como as coisas mudaram. Eu era corajosa sobre minha carreira, mas tímida na frente de novas pessoas, principalmente porque havia brincadeiras de estranhos. Não posso te dizer quantas vezes eu ouvi, "Oh, você quer ser atriz? Em que bar trabalha?" ou, no estranho momento de ser sexualmente desafiada ou assediada. Manti minha guarda alta por muito tempo. Finalmente, depois da primeira temporada de Glee, eu senti a sensação de alívio de novo. Eu estava fazendo o que planejando e tinha o respeito das pessoas de novo. Eu estava confortável com meu corpo, como uma mulher e então uma nova gama de exploração foi permitida- pelo menos na minha mente. Era a hora certa para isso. Viajei o quanto pude, ouvi a história das pessoas, experimentei de diversas maneiras, e tudo isso formou o que eu sou hoje.
Depois de trabalhar com um veterano como Ryan Murphy em Glee, como foi trabalhar com uma estreante como Natalia? Eu encontrei beleza e lições com todo mundo que trabalhei, em vários pontos da carreira deles. Com Ryan Murphy, ganhamos a experiência de alguém que realmente sabe como fazer algo especial. Eu lembro de ouvi-lo explicar o porquê de ter feito as escolhas que fez. Ainda carrego muito do que ele disse comigo e aplico às escolhas que faço agora. Natalia Leite é nova para a cena mas está realmnete abrindo um caminho. Natalia e nossa produtora, Alexandra Roxo, são artistas que sabem o que querem e fazem acontecer. A visão de Natalia é tão forte, ela a articulou de tal maneira que eu sabia exatamente o que ela queria. Ambas são mulheres arranjando o financiamento sozinhas e promovendo o filme em primeira-mão, juntando com histórias de seu passado. Estou muito orgulhosa de ambas.
Você estava nervosa ao gravar a cena de nudez? Eu não estava, pois sabia como Natalia queria gravá-la. Nós falamos de filmes como 'Meu amor de verão' e em qual tom seria. É uma escolha que eu fiz porque um, é uma parte bonita da vida real e dois, eu sei que a cena estava lá por uma razão.

Você consegue relacionar a luta de Sarah com estar presa numa cidade pequena? Eu cresci no sul de San Francisco, numa cidade chamada Burlingame. Só levava de 15 a 20 minutos para ir ao centro, então nós tínhamos essa dualidade maravilhosa da cidade contra nosso subúrbio. Tínhamos a liberdade a abertura de ser quem quiséssemos. Com isso dito, eu diria que a maior liberdade que eu encontrei foi nos últimos dois anos. Ano que vem, vou ter 30 anos e não poderia estar mais feliz. Estou orgulhosa da mulher que me tornei.
Você esteve em clubes de stripp antes de gravar isso? E, se sim, como sua percepção dessa atmosfera mudou depois de fazer o filme? Você acha que stripp é uma forma de libertação feminina? Eu estive em alguns clubes diferentes de stripp, e como todos sabemos, tem uma variedade enorme. Eu prefiro os burlescos. 'The Crazy Horse' em Paris é o meu favorito. Eu fui tempos atrás e sempre encontro novas pessoas, porque elas estão maravilhadas com a beleza desse lugar. Aquelas mulheres são as mais lindas dançarinas que você já viu. Eu acho que stripping, dança, burlesque- pode ser bem libertador e poderoso, dependendo dos termos. Na Crazy house, é uma honra, um privilégio. As meninas não estão ao seu alcance. Clubes de stripp são bem diferentes. Muitas vezes, essas mulheres estão fazendo isso porque sentem que não há escolha. É o sinônimo do fim. Elas estão presas. É um ponto fraco sombrio. Ainda, têm regras que protegem as mulheres. Em alguns, você não pode tocá-las e elas ão podem te tocar.
Nossa cultura está avançando cada dia mais na aceitação da fluidez da sexualidade. Como interpretar uma personagem bissexual mudou sua visão de sexualidade? Acho que minhas experiências de vida fizeram-me entender a sexualidade de muitas formas diferentes e, ao interpretar Sarah, eu estava apenas
mostrando no que eu acredito: Amor vem de vários modos, formas e cores. Tenho orgulho que nós, como uma sociedade, estamos começando a entender e apoiar mais do que as regras sociais.
Sendo jovem em Hollywood, você ficou imersa na cultura de festas? Qual é o seu conselho para jovens mulheres e homens que suscetíveis à essa forma de vida? Eu gosto de trabalhar duro. Eu gosto de festejar muito, mas, para mim, há um jeito de fazer isso. Não estou disponível para serviços de garrafa. Estou suando de dançar com meus amigos em uma danceteria aleatória. Você não vai me encontrar caindo fora de um clube na Sunset Strip. Mas cada um é cada um, e essa sou eu.
O que você espera que as pessoas levem desse filme? Eu espero que as pessoas peguem um pouco de maravilha, um pouco de auto-reflexão. Eu gosto de pequenas checagens de vida. Estou fazendo o que planejei um mês atrás? Dois meses atrás? Um ano atrás? Um pouco de nostalgia para as pessoas que passaram aquele ponto da vida, um pouco de inspiração para aqueles que estão tentando achar seu próximo passo. Não é sobre jornada- é sobre você mesmo. Entrevista original: Nylon, Outubro de 2015
Traduzida por: Julia Oliveira

Way, motherfuckers
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